"NOIRDESTE"
〰️
"NOIRDESTE" 〰️
Liberação, Solidariedade, Desenvolvimento
A estória sobre a luta para liberação envolveu diferentes partes. Nos são a linha.
Queda! Aguarda para nossa lançamento desse projeto: ÇOÇO
Vendo de conceito do SUSU. Uma veiculo para comunidade desenvolver atras comercio e crescer solidariedade dentre stakeholders. Nos escolhemos coco. Aprende porque :)
FIQUE ATENTO
FIQUE ATENTO
O MITO : “O Coco Atrás da Porta: Uma Assembleia Divina sob o Signo de Òsá Méjì”
Exu falou primeiro — como sempre.
Sentado na encruzilhada entre mito e momento,
Um pé em Lagos, o outro na Bahia.
Ele balançou a cabeça com o ritmo lento do aviso:
Exu (Eleguá):
“Quando o coco apodrece atrás da porta,
não é só o esquecimento dos deuses — é a peste que chega com ele.
As riquezas jogadas aos porcos voltam como doença no pão.”
Os búzios caíram na areia como estrelas mortas.
O signo era claro: Òsá Méjì.
Odu de orgulho que queima.
De transformação sufocada pela vaidade.
Xangô se levantou com trovão nos olhos.
Pisou forte na terra, ainda cego de si mesmo.
Xangô:
“Sou rei! Que o trovão responda por mim! Que o fogo limpe essa podridão!”
Mas o céu calou.
Nem relâmpago. Nem resposta.
Até o trovão deve escutar, às vezes.
Do fundo do mar, Iemanjá ergueu-se.
Seus olhos, salgados de tristeza.
Iemanjá:
“Seu fogo secou a raiz, meu filho.
E seu esquecimento jogou cascas em meu peito.
Os cocos apodrecem em minha maré, liberando ácido que mata meus filhos pequenos.
Os corais adoecem. O leite do mar virou espuma amarga.”
Oxum veio logo após, ouro manchado.
Oxum:
“Meus rios correm espessos.
Os resíduos dos cocos fermentados vazam para os lençóis freáticos.
A terra chora. As águas de baixo — o segredo da vida — se tornam veneno.”
Um balão invisível se forma entre os dedos de Oxum:
Ácido acético. Metano. Compostos fenólicos.
Não são oferendas. São venenos.
Omolu (Babalu-Ayé) apareceu em silêncio.
Babalu-Ayé:
“Eu não castigo. Eu respondo.
Onde a sabedoria é esquecida, a doença brota.
O coco era proteção. Agora é contágio.”
Iansã desceu em vendaval.
Iansã (Oya):
“Xangô, meu rei, meu amor…
Você incendiou o futuro e esqueceu de colher o presente.
A peste não chegou sozinha — veio nos ventos que você ignorou.”
E por fim, silêncio.
Xangô ajoelhou-se.
O coco ainda ali — atrás da porta.
Brilhando. Esperando.
Ele viu.
E no reflexo da casca, viu a si mesmo.
Oxalá então falou — devagar, como luz no amanhecer.
Oxalá:
“O fogo não é inimigo.
A ignorância, sim.
O coco, quando purificado, vira cura.
. Transforme casca em TERRA
Alimente o solo. Limpe os rios. Cure os filhos de Iemanjá.”
Xangô chorou fogo.
Mas desta vez, o fogo não destruiu.
Purificou.
🌀 Epílogo
O coco voltou a ser símbolo.
O lixo virou terra fértil.
A oferenda virou solução.
E o povo aprendeu:
“Não se esqueça da sabedoria atrás da porta.
O que é jogado fora pode voltar como veneno —
ou como remédio, se você souber escutar.”